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‘A destruição é lamentável’: há 5 dias, incêndio de grandes proporções atinge área de proteção ambiental no interior de SP


Helicóptero usa água de represa para apagar fogo em área de proteção ambiental em Timburi

Há cinco dias, a Defesa Civil de Timburi (SP) trabalha no controle do incêndio de grandes proporções que atingiu uma área de camping e se alastrou para uma área de proteção ambiental da Mata Atlântica. Nesta quinta-feira (18), o fogo continua ativo em locais pontuais e com probabilidades de propagação, segundo Roberto Carlos Fonseca, coordenador da equipe municipal.

O fogo começou no domingo (14), em uma área de vegetação próxima a um camping. Por conta do vento no local, as chamas se espalharam e atingiram uma área de proteção ambiental da Mata Atlântica. Ao todo, mais de 104 hectares já foram destruídos. Ao g1, Roberto explicou que as equipes trabalham no local por mais de 12 horas por dia, usando diversas técnicas para o combate do incêndio.

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Para combater as chamas, a Defesa Civil do município tem utilizado diversas técnicas para o controle do fogo. Além do auxílio do helicóptero Águia da Polícia Militar, a equipe usou a criação de aceiros, abafadores, assoprador e as bolsas costais de água. A técnica de aceiros é o mais indicado para a época de seca e o controle dos incêndios de grandes proporções.

Fonseca ainda explicou ao g1 que os aceiros devem ser feitos antes da época de estiagem. Nesta técnica, é feita uma faixa de terreno, onde a vegetação é removida, criando uma barreira que vai impedir o avanço do fogo. Por meio de tratores ou escavadores, materiais naturais como grama, restos de madeira e mato seco e gramas, que servem como combustível para o fogo, são retirados.

Além da criação de faixa de terra, também são utilizados outros tipos de aceiros: o molhado, onde jogam água na vegetação e impedindo o avanço do fogo. O negro, eles colocam fogo em uma parte que vai de encontro com o outro, assim, conseguindo apagar os dois juntos. Segundo o coordenador, o incêndio não era para tomar essa proporção, mas o vento dificultou o alcance da água espalhada pela equipe, sendo a causa da propagação.

Na quarta-feira (17), 14 pessoas foram mobilizadas para auxiliar no controle do fogo, entre a equipe da Defesa Civil e os brigadistas de incêndio. Fonseca comentou que o trabalho segue por mais de 12 horas por dia no local.

“Vimos dois lobos guará correndo, um em cima do outro, saindo e se escondendo. Entre as cinzas do fogo, vimos dois tucanos voando, dava para ver só o bico. E vimos também uma onça-parda correndo e fugindo para uma plantação”, lamentou.

Ainda para o g1, Roberto relatou que a falta de recursos também dificultou o combate da ocorrência. O agente é natural e morador do município, e ficou desde o domingo mobilizado no local para o controle do fogo.

“Eu sou nascido e criado aqui, eu conheço a região, e ver a destruição é lamentável, não foi só uma bituca de cigarro [que começou o incêndio]. Eu conheço o rio, Timburi vive disso. É de se emocionar, é complicado, isso tudo faz parte da nossa história”, relatou.

A prefeitura, Defesa Civil e a Polícia Ambiental fazem um levantamento sobre a causa do incêndio. Na segunda-feira (15), através das redes sociais, o município informou que apura se o fogo teve origem criminosa. Roberto também contou que uma chuva podia ajudar para o controle do fogo. “Se desse uma chuva de 20 milímetros eu já estava feliz”, disse.

Conforme a Defesa Civil do Estado de São Paulo, os registros do banco de dados apontaram que a última chuva registrada no município foi no dia 28 de junho, cerca de 15,8 milímetros. O que totalizou 51 dias sem chuva em Timburi. “A natureza sempre foi uma forma de vida, que agora está sendo punida. Isso faz parte da nossa história”, completou.

Helicóptero Águia usa água de represa para apagar fogo em área de proteção ambiental em Timburi (SP)

Reprodução/Defesa Civil

Drone flagra imagens de incêndio de grandes propoções em Timburi que já dura três dias

Reprodução/Prefeitura de Timburi

*Colaborou sob a supervisão de Stephanie Fonseca

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