Acusados pela morte de advogado de Taubaté são absolvidos em júri popular
Reprodução/TV Vanguarda
Os homens acusados por envolvimento na morte do advogado Leonardo Bonafé, que foi executado em Taubaté agosto do ano passado, foram absolvidos em júri popular.
O julgamento, que começou na quinta-feira (18), terminou na noite desta sexta (19).
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Os réus são:
Carlos Ramon da Silva Gonçalves
Marcelo Henrique Carvalho Coppi
De acordo com a denúncia do Ministério Público, eles não executaram o crime, mas participaram do caso pois prepararam e forneceram o carro aos executores.
O g1 tenta contato com os advogados dos réus após a decisão, mas, antes do júri desta sexta-feira, eles disseram que acreditavam na absolvição.
"Não há motivação, não há autor e não há pagamento pela realização desse serviço, então existem muitas dúvidas. A polícia não demonstrou a ligação dos acusados com o crime", afirmou Claudemir Junior.
Também antes da decisão, a família da vítima relatou que o depoimento dos réus deve apontar quem assassinou o advogado.
"Nomes foram citados e agora a polícia tem mais elementos para chegar no executor ou mandante", disse Flávio Bonafé, pai de Leonardo. A reportagem tenta novo contato com a família.
Veja como foi o segundo dia do júri popular do caso do advogado assassinado em Taubaté
Cerca de 100 pessoas acompanharam a sessão. O tribunal do júri foi formado por sete jurados, sendo três homens e quatro mulheres.
Leonardo tinha 25 anos e era filho do advogado e então candidato a prefeito de São Luiz do Paraitinga, Flavio Bonafé (MDB). Ele foi atingido por pelo menos seis disparos de arma de fogo quando chegava ao trabalho e não resistiu aos ferimentos.
Como foi o júri popular
1° dia do júri popular:
julgamento teve início às 10h24, com depoimento do delegado Vinicius Garcia, da Polícia Civil, responsável pela investigação
em seguida, foram ouvidos o pai da vítima e as testemunhas
o júri foi suspenso às 20h30, após cerca de 10 horas de audiência
2° dia do júri popular:
o julgamento foi retomado às 9h45, com a fala do Ministério Público
a partir das 13h, os advogados de defesa se manifestaram, por cerca de duas horas
houve ainda período de réplica e tréplica das partes, antes da deliberação dos sete jurados
Advogado é morto a tiros em carro na região do Três Marias, em Taubaté, SP
Foto 1: Arquivo pessoal | Foto 2: Lucas Rodrigues
O caso
O advogado criminalista Leonardo Bonafé foi assassinado a tiros no dia 28 de agosto, na região do Parque Três Marias, em Taubaté (SP). Ele tinha 25 anos e era filho do advogado e então candidato a prefeito de São Luiz do Paraitinga, Flavio Bonafé (MDB).
Polícia investiga morte de advogado em Taubaté
O crime aconteceu por volta das 10h10, na rua Newton de Vasconcellos. Segundo a Polícia Civil, Leonardo chegava de carro para trabalhar, quando foi atingido por pelo menos seis disparos. Ele morreu no local.
Leonardo foi velado na capela das Mercês, em São Luiz do Paraitinga. O enterro foi realizado no cemitério da cidade.
Na ocasião, a assessoria de imprensa de Flávio Bonafé afirmou em nota que o filho dele "teve seus sonhos interrompidos por um crime bárbaro".
Jovem é morto a tiros dentro de carro em Taubaté; vítima é filho de candidato a prefeito em São Luiz do Paraitinga
Lucas Rodrigues/TV Vanguarda
Prisões
Marcelo Henrique Carvalho Coppi foi preso primeiro, no dia 6 de setembro do ano passado. Em outubro, Carlos Ramon da Silva Gonçalves foi encontrado em Valinhos e também acabou preso.
Eles foram denunciados pelo Ministério Público por participação em homicídio com uso de traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido.
De acordo com a denúncia do MP, eles não são os executores do crime, mas participaram do caso pois prepararam e forneceram o carro aos executores.
O carro em questão - um Jeep Renegade preto - é peça importante no caso, pois os executores estavam dentro dele quando efetuaram os disparos contra o advogado.
Depois de cometerem o crime, os criminosos fugiram no carro, que horas depois foi encontrado queimado na estrada do Sete Voltas, na zona rural de Taubaté.
Carro usado na morte de Leonardo Bonafé foi encontrado queimado na estrada do Sete Voltas, na Zona Rural de Taubaté
Reprodução/TV Vanguarda
A Justiça acatou o pedido do Ministério Público argumentando que há indícios suficientes da participação de Marcelo Henrique e Carlos Ramon no crime.
De acordo com a Justiça, Marcelo era o dono do Jeep Renegade preto clonado e levou o carro até um estabelecimento que o adulterou para a prática do crime. Já Carlos, ainda segundo a Justiça, foi quem entregou o carro aos executores.
“Marcelo era o possuidor do veículo clonado utilizado para o crime e o levou até estabelecimento comercial para a realização das modificações necessárias para a prática do delito. Posteriormente, Marcelo ainda auxiliou Carlos em sua fuga para a cidade de Valinhos. Além disso, Carlos teria sido o responsável pela entrega do veículo Jeep Renegade aos executores do crime de homicídio”, disse a Justiça na decisão.
No documento da decisão, a Justiça de Taubaté cita ainda que a participação da dupla no crime está comprovada, pois foi descoberto, por meio de conversas nos celulares deles, que Carlos, preocupado com a investigação, pediu que um motoqueiro fosse até o local em que o Jeep Renegade preto foi entregue aos executores para descobrir se havia câmeras de segurança na região.
Homem é morto a tiros em carro na região do Três Marias, em Taubaté, SP
Lucas Rodrigues/TV Vanguarda
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