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Após sete dias de internação por queimaduras, mulher morre e polícia investiga o caso no ES


Polícia investiga morte de mulher que morreu queimada no ES

Uma mulher de 41 anos morreu neste sábado (13), após ficar sete dias internada, com queimaduras de segundo grau em todo o corpo. Maria Aparecida Moreira de Souza estava em casa, em Ecoporanga, na região Noroeste do Espírito Santo, quando sofreu queimaduras com gasolina no último dia 6.

Ao ser levada para o hospital da cidade, tanto ela como o marido disseram que se tratava de um acidente doméstico, informação questionada pela família da mulher.

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Procurada, a Polícia Civil informou que as circunstâncias do fato seguem sob investigação da Delegacia de Polícia (DP) de Ecoporanga.

Maria Aparecida foi enterrada neste domingo (14), no Cemitério de Maruípe, em Vitória. Durante a cerimônia, a mãe não conseguiu ver o sepultamento da filha, chegou a passar mal e desmaiar. A vítima deixa dois filhos adolescentes.

Maria Aparecida Moreira de Souza, de 41 anos, foi enterrada neste domingo (14), no Cemitério de Maruípe, em Vitória, Espírito Santo. A mãe da vítima chegou a passar mal durante a cerimônia.

Ricardo Medeiros/A Gazeta

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No dia das queimaduras

Segundo informações da Polícia Militar, no dia 6 de setembro, ao dar entrada no hospital da cidade, Maria Aparecida relatou que estava fumando um cigarro, próximo a uma embalagem plástica descartável contendo gasolina. Em determinado momento, o líquido inflamou e atingiu o corpo da mulher.

O marido a levou até o hospital e também apresentava lesões nos membros superiores. Segundo ele, as lesões ocorreram no momento em que tentava ajudar a esposa.

Devido à gravidade dos ferimentos, a vítima foi transferida para o Hospital Estadual Dr. Jayme dos Santos Neves, na Serra, Grande Vitória, referência no tratamento de queimados no Espírito Santo.

Maria Aparecida Moreira de Souza, de 41 anos, foi enterrada neste domingo (14), no Cemitério de Maruípe, em Vitória, Espírito Santo. A mãe da vítima chegou a passar mal durante a cerimônia.

Ricardo Medeiros/A Gazeta

Já o homem iria para um hospital do município de São Mateus, na região Norte capixaba, porém, durante os procedimentos médicos demonstrou resistência ao tratamento, chegando a retirar os curativos do braço.

Ele saiu do hospital, mas foi encontrado pelos militares e concordou em retornar ao hospital e dar continuidade ao tratamento médico.

Família já tinha denunciado que mulher sofria violência

Segundo parentes, a vítima estava com o atual companheiro há um ano. Logo após os primeiros meses de relacionamento, os parentes perceberam que ela estava sendo agredida.

Em julho, receberam uma foto que mostrava que Maria Aparecida tinha levado uma facada no braço e um dia depois registraram um Boletim de Ocorrência (BO) por sequestro e cárcere privado.

“Ela estava com uns problemas com ele lá em Ecoporanga. Ele tava fazendo ela presa em cárcere privado, cortou o braço dela, mandou uma foto dela com o braço cortado e depois disso falou que aquilo ali era só o começo”, contou um familiar que não quis se identificar.

Maria Aparecida Moreira de Souza, de 41 anos, foi enterrada neste domingo (14), no Cemitério de Maruípe, em Vitória, Espírito Santo. Segundo familiares, mulher foi esfaqueada no braço no mês de julho.

Arquivo pessoal

O parente disse ainda que o homem já tinha feito ameaças a todos. “A irmã dela que mora em Minas Gerais soube e falou com a gente que ele estava na rodovia tentando pegar carona para vir para o Hospital Jayme atrás dela. Nós não acreditamos nessa versão dele, porque no modo que ele estava conversando com a gente ele parecia um jovem psicopata, falou que já tinha sido pistoleiro e estava com ameaças com a gente. Por isso que a gente acha que pode não ter sido essa história do cigarro o que aconteceu”.

Investigação

A Polícia Científica (PCIES) informou que o serviço de transporte de cadáver recolheu o corpo de Maria Aparecida por volta das 15h30, neste sábado.

O corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML), em Vitória, onde foram realizados os exames de praxe, incluindo a identificação formal e o exame cadavérico. Depois, foi liberado aos familiares.

O g1 perguntou às polícias Militar e Civil se o atual companheiro de Maria Aparecida possui histórico de violência doméstica, se foi ouvido oficialmente da delegacia, se existe algum registro de Boletim de Ocorrência feito pela mulher e se em algum momento o caso foi tratado como feminicídio, mas a resposta reforçou apenas que o caso está sendo investigado.

Também foram questionadas informações sobre o BO feito pela família e se houve investigação no período, mas não houve retorno sobre isso.

Maria Aparecida Moreira de Souza, de 41 anos, foi enterrada neste domingo (14), no Cemitério de Maruípe, em Vitória, Espírito Santo. A mãe da vítima chegou a passar mal durante a cerimônia.

Reprodução

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