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Autoridades discutem reorganização do Centro de Manaus após confronto entre ambulantes e fiscais


CDL reúne autoridades para discutir reorganização do Centro de Manaus após confronto entre ambulantes e fiscais.

Reprodução/Rede Amazônica

A Câmara de Dirigentes Lojistas de Manaus (CDL) reuniu, nesta sexta-feira (8), representantes dos poderes municipal, estadual e federal, além do Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública, para discutir a reorganização do Centro Histórico da capital. A reunião ocorreu um dia após o confronto entre ambulantes e fiscais da Prefeitura no Centro de Manaus.

Durante a operação, um depósito clandestino na Rua Henrique Martins foi interditado. Mais de mil carrinhos foram apreendidos, alguns com produtos sem procedência e alimentos vencidos. A ação terminou em protesto e tumulto.

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Segundo o presidente da CDL, Ralph Assayag, a proposta é integrar diferentes órgãos para buscar soluções conjuntas.

“É muito bom pra gente porque entra o governo federal, a Justiça Federal, junto com juízes federais daqui, para acompanhar o passo a passo e melhorar o centro. É o momento de unir todos — governador, prefeito, todos os órgãos — para poder melhorar a região”, afirmou.

O vice-prefeito de Manaus, Renato Júnior, participou da reunião e disse que a maioria dos ambulantes irregulares aceitou se transferir para feiras e galerias populares.

“Mais de 80% daqueles que são clandestinos aceitaram ir para outras feiras e também galerias populares. Apenas menos de 20% não aceitou e preferiu a truculência, muitas vezes para mascarar o crime. Estamos acolhendo, dando nova chance, inclusive para pessoas em situação de rua, que aceitaram ir para abrigos e iniciar tratamento”, declarou.

O plano de reorganização prevê um prazo de 90 dias para reintegrar espaços como a Praça dos Remédios, realocar trabalhadores informais e acolher pessoas em situação de rua. O desafio, segundo as autoridades, é realizar as mudanças sem conflitos ou violação de direitos.

O defensor público Carlos Almeida ressaltou que a atuação deve seguir as determinações do Supremo Tribunal Federal (STF).

“Existem decisões do Supremo que proíbem a retirada forçada de pessoas em situação de rua e de seus bens. É preciso planejamento, diálogo e atuação conjunta para que o interesse público não se sobreponha aos direitos humanos”, disse.

A Secretaria de Segurança Pública também participa do plano. O secretário, coronel Vinícius Almeida, afirmou que o trabalho deve acontecer de maneira integrada.

“Vamos continuar investigando e retirando de circulação criminosos e oportunistas que atuam no centro. Essa é uma ação conjunta para devolver esse patrimônio à cidade de Manaus”, afirmou.

Ambulantes protestam contra mutirão

Uma confusão foi registrada na manhã de quinta-feira (7), durante a realização de um mutirão da Prefeitura de Manaus no Centro Histórico da capital. Ambulantes que atuam na região protestaram contra a ação da Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento, Centro e Comércio Informal (Semacc), alegando apreensão irregular de mercadorias, agressões físicas e prisões.

A ação faz parte do programa "Mutirão no Bairro" que, de acordo com a Prefeitura de Manaus, visa ordenar o espaço urbano, remover estruturas irregulares e recolher alimentos fora dos padrões sanitários, com foco na segurança alimentar e na melhoria da mobilidade.

Ambulantes protestam contra mutirão realizado pela Prefeitura no Centro de Manaus

Durante o protesto, manifestantes jogaram lixo no meio da via e atearam fogo nas proximidades do terminal da Matriz.

No protesto, três agentes da Guarda Municipal foram agredidos com pedras lançadas pelos envolvidos na manifestação e sofreram ferimentos. Os servidores receberam atendimento médico e passam bem.

*Com informações de Catiane Moura, da Rede Amazônica

Ambulantes protestam contra mutirão realizado pela Prefeitura no Centro de Manaus

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