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Câmeras de vigilância, superapps e robôs: como as cidades inteligentes da China vão monitorar você

Câmeras de vigilância, superaplicativos, robôs: como as cidades inteligentes da China vão monitorar você

Robôs que dançam, ajudam idosos e até enfrentam incêndios já circulam pelas ruas. Em breve, terão cérebros próprios e agirão de forma autônoma. A China aposta alto na inteligência artificial para criar cidades mais eficientes — e vigiadas.

Em Huangzhou, câmeras inteligentes por cima dos semáforos controlam o trânsito. Elas identificam placas, modelos de veículos e até rostos. Quando detectam congestionamentos, mudam os sinais automaticamente.

O resultado? Uma cidade que antes enfrentava caos no tráfego agora flui com precisão. Essa tecnologia é parte de um sistema chamado “cérebro da cidade”, que monitora desde o metrô até hospitais.

A vigilância é intensa. A China tem cerca de 700 milhões de câmeras espalhadas pelo país. Elas reconhecem rostos com alta precisão e cruzam dados com informações pessoais em um país com 1,3 bilhão de habitantes.

O governo tem acesso a tudo: quanto cada cidadão ganha, gasta e até seus problemas médicos. Empresas são obrigadas a fornecer dados se a Justiça — controlada pelo Partido Comunista — solicitar.

O controle também está nos celulares. O aplicativo WeChat é obrigatório e concentra todas as funções da vida cotidiana: pagar contas, pedir comida, chamar táxi, consultar médicos. Em algumas lojas, o pagamento já é feito com a palma da mão. A tecnologia avança rápido, e o país investe pesado para expandi-la globalmente.

De vila de pescadores a cidade com robô da polícia

Shenzhen, que era uma vila de pescadores há 40 anos, virou laboratório de inovação. Lá, robôs da polícia patrulham as ruas e drones entregam refeições em menos de 10 minutos. A cidade tem centenas de estações de pouso para drones e planeja chegar a 1.200 no próximo ano. A empresa Meituan, líder em entregas, já anunciou investimento de R$ 5,6 bilhões no Brasil.

A educação também é prioridade. Crianças aprendem programação aos seis anos. Universidades chinesas recrutam pesquisadores estrangeiros com salários altos. O país já forma o dobro de doutores que os Estados Unidos. Enquanto o governo americano corta verbas acadêmicas, a China aposta na ciência como motor de expansão.

Mas essa revolução tecnológica vem acompanhada de controle ideológico. A Cidade Proibida, antes restrita ao imperador, agora simboliza o poder do Estado. Assuntos como o massacre da Praça da Paz Celestial, em 1989, são censurados. A repressão à memória histórica convive com a prosperidade econômica e o avanço digital.

A China quer liderar uma “comunidade global com futuro compartilhado”. Robôs em forma de pessoas, carros e cães já fazem parte desse plano. Eles vão operar de forma autônoma, coletar dados e integrar um sistema de vigilância mundial. O país constrói, silenciosamente, o maior banco de informações da história da humanidade.

No próximo episódio da série “O Código Chinês”, o Fantástico mostrará como os carros chineses deixaram de ser cópias baratas e se tornaram referência em tecnologia limpa e acessível.

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