Menina de 10 anos usava medicamento contínuo e, segundo a família, estava há quatro meses sem receber o remédio. Ministério Público de Rondônia (MP-RO) pediu abertura de inquérito. Isabella Sophia Araújo Damazio, 10 anos
Reprodução/redes sociais
Uma criança identificada como Isabella Sophia Araújo Damazio, de 10 anos, morreu na segunda-feira (16), após ficar internada no Hospital Infantil Cosme e Damião, em Porto Velho. A família da vítima acusa a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) de negligência, por não fornecer um medicamento essencial para o tratamento da menina.
A mãe da criança, Ireuma Silva, contou à Rede Amazônica que o medicamento era entregue regularmente até novembro do ano passado. Depois disso, o fornecimento foi interrompido, mesmo com uma ordem judicial determinando que o governo garantisse o tratamento.
Segundo Ireuma, a filha passou os últimos quatro meses sem acesso ao remédio, que era de uso contínuo. A falta do medicamento agravou o estado de saúde da criança, que foi internada no início deste ano e permaneceu hospitalizada até falecer.
O Ministério Público de Rondônia (MP-RO) confirmou que havia uma decisão judicial obrigando o estado a fornecer o medicamento. Além disso, o órgão disse ainda que solicitou à Polícia Civil a abertura de um inquérito para apurar a morte da criança como homicídio qualificado. O g1 entrou em contato com a Polícia Civil, mas até a última atualização desta reportagem não obteve retorno.
O que diz a Sesau?
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) informou que a criança fazia uso contínuo de Diazóxido, medicamento manipulado e de uso restrito, geralmente disponibilizado por ordem judicial. Segundo a pasta, o fornecimento vinha sendo feito por meio de processos emergenciais, mas duas empresas habilitadas deixaram de atender aos critérios exigidos para renovação do contrato.
A Sesau explicou que um novo edital de credenciamento foi aberto para contratar fornecedoras do medicamento, mas, até o momento, nenhuma nova empresa demonstrou interesse. A secretaria também afirmou que a paciente foi internada no Cosme e Damião após a mãe relatar a falta do remédio em casa e que ela recebeu tratamento clínico durante a internação.
A secretaria também lamentou a morte da criança e disse que segue à disposição para esclarecimentos.
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