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Cupertino, condenado por matar ator, tem transferência negada para Tremembé, onde estão presos acusados de crimes famosos


Paulo Cupertino está preso atualmente no CDP 2 de Guarulhos

Reprodução/TJ-SP/Google Maps

O empresário Paulo Cupertino, condenado a 98 anos de prisão por matar o namorado e os sogros da filha, teve negado o seu pedido de transferência do Centro de Detenção Provisória (CDP) 2 de Guarulhos, na Grande São Paulo, para a Penitenciária de Tremembé, no interior do estado.

Em Tremembé estão presos acusados de crimes de grande repercussão na sociedade, como o ex-jogador de futebol Robinho e o motorista do Porsche e empresário Fernando Sastre.

A informação foi confirmada ao g1 nesta quinta-feira (7) pela Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), que vetou a transferência do preso. A pasta, no entanto, não explicou as razões que levaram à decisão.

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A defesa de Cupertino havia pedido a mudança à direção do CDP de Guarulhos sob a alegação de que a Penitenciária de Tremembé é mais segura para seu cliente do que o local onde ele está atualmente.

"A defesa, além de discordar com a negativa, não entende os motivos", disse ao g1 a advogada Mirian Nunes Souza, que defende Cupertino.

Segundo ela, o veto pela transferência partiu da direção da penitenciária em Tremembé e depois da própria SAP. "Eles [esses órgãos] falam que os crimes pelos quais o Paulo responde, não causam repúdio na sociedade."

Tremembé é conhecida por receber presos envolvidos em casos de repercussão na imprensa, como é o caso que envolve Cupertino.

Segundo a defesa de Cupertino, seu cliente teme ser transferido para outra unidade prisional, como em 2022, quando foi para Presidente Venceslau, no interior paulista. "Ele teme pela vida dele se for para outra unidade que não Tremembé", afirma Mirian.

Julgamento de Cupertino

Cupertino nega ter matado Rafael; veja trechos do interrogatório

Em maio, ele foi julgado e condenado pelos assassinatos do ator Rafael Miguel e os pais do ator em 2019 na capital paulista. As vítimas foram mortas com 12 tiros.

O réu negou ter matado o artista e o casal Mirian e João Miguel. Disse que quem cometeu o crime foi outra pessoa não identificada (veja abaixo vídeo do julgamento).

Mas, segundo Isabela e Vanessa Tibcherani, respectivamente filha e ex-esposa do réu, ele assassinou as vítimas por não concordar com o namoro da filha com o artista. Além disso, câmeras de segurança gravaram parte do crime, mostrando uma das vítimas caindo após ser baleada e Cupertino fugindo em seguida. Ele ficou quase três anos foragido até ser capturado e preso pela polícia em 2022.

O Ministério Público (MP) o acusou por triplo homicídio duplamente qualificado por motivo torpe e recurso que impossibilitou as defesas das vítimas.

Em junho, a defesa de Cupertino entrou com um pedido na Justiça para pedir a anulação do júri que o condenou. As advogadas alegaram naquela ocasião que o juiz da primeira instância havia negado diversos pedidos para a realização de exames periciais, prejudicando os trabalhos da defesa. Além disso, defendiam que os jurados condenaram o réu sem provas de que ele tenha cometido os crimes.

Caso ele não seja aceito, as advogadas Mirian Souza, Juliane Oliveira e Camila Motta solicitam uma revisão do tempo total da pena, para que ela seja reduzida. Pela lei, uma pessoa pode ficar presa por um mesmo crime por 40 anos. Dos 98 anos de condenação, Cupertino deverá cumprir apenas 27 a partir da sentença e poderá ser solto em 2052.

Rafael Miguel e os pais dele, João e Miriam, que foram mortos por Paulo Cupertino

Reprodução

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