Pentágono impõe restrições a jornalistas
Departamento de Guerra dos EUA impõe novas restrições a jornalistas que trabalham no Pentágono.
O documento de 17 páginas diz que o Pentágono continua comprometido com a “transparência para promover a responsabilização e confiança do público”. Mas determina que qualquer notícia sobre o Departamento de Guerra divulgada pela imprensa seja “aprovada por autoridades apropriadas, antes da publicação, mesmo se não for confidencial”.
As novas diretrizes também restringem a movimentação de jornalistas desacompanhados pelos corredores do Pentágono. O porta-voz do departamento, Sean Parnell, disse que as novas regras são “básicas, de senso comum, feitas para proteger informações sensíveis”.
Atualmente, o Pentágono tem 90 jornalistas credenciados. E exigiu que todos se comprometam por escrito a respeitar o documento. O texto ameaça suspender a credencial de quem não seguir as novas normas.
Departamento de Guerra dos EUA impõe restrições a jornalistas
Reprodução/Jornal Nacional
Em fevereiro, o chefe do departamento, Pete Hegseth, já tinha suspendido a credencial de jornalistas de veículos respeitados, como o New York Times e o canal de TV NBC. No lugar, credenciou profissionais de organizações mais favoráveis ao governo.
Desde que assumiu, Pete Hegseth só deu uma entrevista coletiva, depois do ataque americano a uma usina de enriquecimento de urânio do Irã. E tem acusado a imprensa de sabotar o Departamento de Guerra.
Na sexta-feira (19), numa rede social, escreveu: “A ‘imprensa’ não comanda o Pentágono. O povo que comanda”.
As restrições à imprensa não se limitam ao Departamento de Guerra.
Na Casa Branca, um jornalista da Associated Press foi descredenciado porque a organização se recusou a passar a chamar o Golfo do México de Golfo da América, como determinou o presidente Donald Trump.
Esta semana, Trump ameaçou as empresas que discordem do governo: “Só recebo má publicidade e má cobertura da imprensa. Talvez a concessão deles devesse ser suspensa”.
O Clube Nacional de Imprensa de Washington divulgou, sexta-feira (19), uma nota pedindo a revogação da nova política do Departamento de Guerra.
O clube afirmou que, há gerações, os repórteres que cobrem o Pentágono ofereceram ao público informação vital sobre as guerras, como a defesa gasta o dinheiro e como são tomadas decisões que colocam a vida dos americanos em risco.
Que isso só foi possível porque os jornalistas puderam procurar informação sem a permissão do governo. Que a cobertura independente de questões militares é essencial para a democracia.