Cirurgião da Santa Casa de Maceió fala sobre diagnóstico e tratamento da lesão A luxação é uma lesão caracterizada pelo deslocamento da articulação, que perde seu ponto de contato. Ela pode acontecer em várias parte do corpo, como joelho, ombro, cotovelo, e até dedos, provocando o movimento parcial ou completo, sendo capaz de gerar lesões nos ligamentos, vasos sanguíneos e outras estruturas próximas.

Santa Casa

Santa Casa de Misericórdia de Maceió

No joelho, é uma das lesões mais graves que podem acometer a articulação. Geralmente provocada por traumas de alta energia, como quedas de moto ou acidentes envolvendo altura, a luxação desloca o fêmur em relação à tíbia, o que pode comprometer estruturas importantes. Os sintomas mais comuns são dor forte, dificuldade de movimentar o local afetado e deformações na articulação. Inchaço e hematomas também costumam estar presentes.

“Existem algumas patologias que deslocam o joelho e causam falseio, que é quando ele sai e volta para o lugar. E existe a luxação do joelho por impacto, que é uma patologia mais grave em que a região é deslocada totalmente para fora da articulação”, explica o especialista da Santa Casa de Maceió, o cirurgião Rogério Nascimento.

Rogério Nascimento, cirurgião especialista em joelho

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Um dos principais desafios no diagnóstico é que, muitas vezes, a articulação se reduz sozinha – ou seja, o fêmur e a tíbia voltam espontaneamente à posição normal. Segundo o ortopedista, isso pode ocultar a gravidade da contusão. “Esse tipo de lesão, se o médico não tiver um certo cuidado ao fazer a avaliação, pode passar despercebida, pois pode ser confundida com uma dor no joelho”, alerta.

A avaliação médica deve incluir exames de imagem, como o raio-X com algumas rotações. Porém, por se tratar de uma lesão ligamentar, o exame pode não mostrar alterações, o que torna o exame físico essencial para o diagnóstico.

Possíveis lesões vasculares e neurológicas também devem ser verificadas pelo médico. “Toda vez que a articulação luxa, há risco de lesão vascular. Portando, é importante reavaliar o paciente, 12 a 18 horas após o trauma, buscando identificar precocemente essas complicações. Em caso de suspeita, exames como o ultrassom doppler devem ser solicitados, e a equipe de cirurgia vascular pode ser acionada para uma avaliação mais aprofundada”, esclarece o cirurgião.

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TRATAMENTO

O primeiro passo no tratamento é a estabilização da articulação, que pode ser feita com imobilizadores ou, em casos mais graves, com fixadores externos. Afastada qualquer lesão vascular, o paciente é internado para controle da dor e planejamento da reconstrução dos ligamentos comprometidos.

“O planejamento exige uma ressonância magnética, que detalha o que foi lesionado. Em muitos casos, é preciso realizar cirurgias para reconstruir os ligamentos rompidos – o que pode ser feito em uma ou mais etapas. O processo de recuperação é longo e exige fisioterapia intensiva, seguida de fortalecimento muscular. Só depois dessa fase é que o paciente retornará às atividades físicas. O tempo de reabilitação também varia conforme os ligamentos envolvidos e o tipo de intervenção realizada”, destaca o cirurgião especialista em joelho, Rogério Nascimento.

Artur Gomes Neto

Diretor Técnico Médico

CRM-AL 2503/RQE 1874

MINUTO SANTA CASA 09-05