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Empresário suspeito de atirar em sapateiro na porta de fábrica se apresenta à polícia em Franca, SP


Empresário suspeito de atirar em sapateiro na porta de fábrica se apresenta à polícia

Um empresário suspeito de atirar e deixar em estado grave o sapateiro Bruno Prado, de 31 anos, na porta da fábrica em que ele trabalhava em Franca (SP) se apresentou à Polícia Civil nesta sexta-feira (8). Com um advogado, Marcelo Ferreira, de 47 anos, prestou depoimento e foi liberado, mas deve responder por tentativa de homicídio e ser indiciado ao final do inquérito, segundo o delegado Márcio Murari.

Ferreira, que é dono de uma oficina mecânica, alegou que tudo ocorreu depois que a esposa foi ameaçada por Bruno por causa de problemas após o conserto de um carro dele (entenda mais a versão do suspeito abaixo). Ele afirmou que estava armado para se proteger e que os tiros ocorreram por causa de um desentendimento enquanto tentava convencer a vítima a desistir das ameaças.

O empresário também entregou áudios das supostas ameaças para reforçar sua versão.

Marcelo Ferreira (à esquerda), ao lado do advogado em Franca (SP).

Lindomar Cailton/EPTV

Advogado de defesa de Ferreira, Acir Matos disse que o suspeito não tem antecedentes criminais, está à disposição das autoridades e, apesar de ter agido sob ameaça, está arrependido e não tinha intenção de matar Bruno.

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"Nunca teve qualquer passagem, primário, com bons antecedentes, nunca imaginou estar em uma situação dessas. (...) Não é um criminoso, nós estamos falando de uma pessoa que teve a família ameaçada", disse.

🔎O sapateiro está internado em estado grave na Santa Casa de Franca. Bruno foi baleado na manhã da última quarta-feira (6) em frente à fábrica em que trabalhava, em Franca (SP), por volta das 6h30, na Vila Aparecida. O crime foi registrado por câmeras de segurança. No vídeo, é possível ver que um homem atira no peito de Bruno enquanto discutia com ele e depois vai embora em um carro.

Homem é baleado na porta da fábrica de sapatos onde trabalha em Franca, SP

Investigações: depoimentos e perícia

Murari disse que vai analisar essas conversas, ouvir mais testemunhas e aguarda o laudo do Instituto Médico Legal (IML) para formalizar o indiciamento. Além disso, espera pela recuperação de Bruno, para obter a versão dele dos fatos e vai tentar na Justiça autorização para fazer uma perícia no celular da vítima.

"Nós estamos aguardando os laudos principalmente de corpo de delito para formalizar o indiciamento, ele vai ser formalmente indiciado ao final do inquérito, não tenha dúvida disso, a princípio vai responder em liberdade, porque desde o primeiro momento os advogados ligaram dizendo que ele iria se apresentar", disse.

Também informou que vai comunicar o incidente ao Exército, já que o suspeito é CAC [sigla para quem é colecionador, atirador desportivo ou caçador]. A arma, segundo ele, não foi entregue. O suspeito argumentou que, depois do crime, a dispensou na região da Represa do Estreito, em Minas Gerais.

"Todas as pessoas que são consideradas CAC, todas elas que se envolvem com alguma atividade criminosa, qualquer que seja, nós fazemos essa comunicação, aí o Exército adota as medidas que tem que ser adotadas."

Sapateiro é baleado em frente à fábrica que trabalha, em Franca, SP

Câmera de segurança

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Qual é a versão do suspeito?

Em depoimento, Marcelo Ferreira afirmou que tudo ocorreu em razão de um problema na oficina dele. Ele disse que Bruno havia procurado o estabelecimento para consertar o carro na última segunda-feira (4) e que, sem autorização do mecânico, retirou o veículo para testá-lo.

"Segundo a versão que ele apresenta, a esposa teria ligado para a vítima, [dizendo] que ele não poderia ter pegado o carro porque ainda estaria sob a responsabilidade da oficina. E aí nesse momento houve um estranhamento da parte da vítima", afirma o delegado.

As ameaças, segundo a versão ouvida por Murari, ocorreram depois disso.

"À noite ele [Marcelo] teria recebido áudios em que a vítima teria mandado para o telefone de um funcionário da empresa em tons ameaçadores. Eles apresentaram esses áudios, dizendo inicialmente que ele teria sido maltratado e que ele chamaria os irmãos, que no outro dia o dia dela [da esposa de Marcelo] seria louco, seria complicado, o que infere-se que talvez seriam ameaças."

A partir disso, o suspeito, que é CAC, relata que decidiu ir armado para a oficina para se proteger, mas no caminho acabou passando pela fábrica onde o sapateiro trabalhava e onde ocorreu o desentendimento.

"Ele disse que saiu de casa, deixou o filho na escola e estava indo pra oficina. Realmente a fábrica onde a vítima trabalha fica próxima à oficina."

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