Imagens mostram jovem comemorando aniversário três dias antes de ser morto a tiros
"A gente não aceita menos que isso. Ele vai ser condenado, sim".
A declaração é de Yza Souza Santos, mãe de Wesley Santos da Silva, morto com um tiro disparado pelo policial penal Raimundo Nonato Veloso da Silva, na última noite da Expoacre 2023. O julgamento do suspeito está marcado para 18 de setembro, segundo o Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC).
Em entrevista ao g1, a mãe da vitima conta que estava presente no dia do assassinato. Emocionada, falou do luto vivido diariamente, e contou a expectativa pela chegada do julgamento.
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Imagens compartilhadas pela família mostram o jovem comemorando o último aniversário, no dia 5 de agosto, três dias antes dele ser morto. (Veja acima)
"Eu estava lá e presenciei tudo. Estou preparada para dizer o que eu vi, a verdade, e defender meu filho com todas as forças do meu coração. Com a dor do meu luto, estou preparada para tudo", afirma.
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Além do homicídio, o agente penal é acusado de atirar na namorada de Wesley e também responde por importunação sexual. Em abril deste ano, o policial teve o pedido de liberdade negado pela Câmara Criminal da justiça acreana. Ele foi pronunciado a júri popular por homicídio em agosto de 2024.
"Eu saio, e carrego a dor do luto, eu chego, e carrego a dor do luto. Eu vou andando na rua, eu lembro dele. Aquilo ali é uma facada no meu peito, sabe? A minha mente é trabalhando todo tempo lembrando do meu filho", finaliza a mãe.
Wesley Santos da Silva e a mãe, Yza Santos comemorando o último aniversário juntos
Arquivo pessoal
O caso
Wesley Santos morreu no dia 8 de agosto daquele ano após ser baleado na madrugada do dia anterior. Ele estava acompanhado da namorada Rita de Cássia, que também foi ferida com vários disparos, quando houve uma confusão dentro do Parque de Exposições Wildy Viana.
Em outubro de 2023, o policial teve a denúncia do Ministério Público aceita pela Justiça e virou réu no processo. A defesa do acusado disse que vai entrar com recurso contra a decisão. Além disso, a defesa aguarda o julgamento de um habeas corpus. Raimundo Nonato segue preso.
Wesley Silva, à esquerda, foi morto pelo policial penal Raimundo Nonato, à direita
Arquivo pessoal e reprodução
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