G1

Gilmar Mendes diz ter 'convicção' de que proposta de anistia por tentativa de golpe não será votada no Congresso


Gilmar Mendes, ministro do STF, durante evento sobre a democracia em São Paulo

TV Globo

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta segunda-feira (15) ter “convicção” de que a proposta de anistia aos acusados de tentativa de golpe de Estado não será votada no Congresso.

A declaração foi dada durante um evento em defesa da democracia e soberania nacional no Tuca, o teatro da PUC-SP, para celebrar o Dia Internacional da Democracia. O evento reuniu artistas, intelectuais e políticos na cidade de São Paulo.

“Mas é fundamental perceber que nós estamos unidos em torno da defesa da democracia. O [Supremo] Tribunal [Federal] está unido na defesa da democracia”, apontou.

O ministro disse, ainda, que o julgamento do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) foi “absolutamente regular” e criticou a reação dos Estados Unidos ao processo. A Primeira Turma do Supremo condenou o ex-presidente a 27 anos e 3 meses no julgamento da trama golpista. Gilmar Mendes não participou do julgamento por não fazer parte da Primeira Turma.

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, disse que o país vai anunciar nos próximos dias medidas em resposta à condenação de Bolsonaro. Ele não deixou claro quais seriam essas medidas.

“Seria absurdo que em uma pauta de negociação comercial o Brasil exigisse que os Estados Unidos revelassem os Epstein Files, não faz sentido algum. Seria absurdo, da mesma forma, exigir que nós interrompêssemos, suspendêssemos ou liberássemos qualquer pessoa de um julgamento absolutamente regular”, destacou Mendes.

As autoridades presentes falaram sobre a importância da união em torno da defesa das instituições democráticas. Além dos convidados brasileiros, há autoridades vindas de Estados Unidos, Itália, Portugal e Equador.

Mais cedo, em outro evento em São Paulo, o ministro havia apontado incoerências no voto do colega Luiz Fux, que se posicionou contrário à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no julgamento da trama golpista.

"O voto dele [Fux] está cheio de incoerência. Se não houve golpe, não deveria ter havido condenação de outros nomes. Condenar [o tenente-coronel Mauro] Cid e [o general] Braga Netto parece uma contradição nos próprios termos", afirmou o decano.

LEIA TAMBÉM

Tarcísio cancela viagem a Brasília em que iria tentar destravar anistia a Bolsonaro

Moraes autoriza Bolsonaro a receber visitas de relator de projeto da anistia

A trama do golpe: um julgamento inédito na história brasileira

Baixe o nosso aplicativo

Tenha nossa rádio na palma de sua mão hoje mesmo.