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Governo de SP cria força-tarefa para prender assassinos de ex-delegado


Delegado Ruy Ferraz Fontes é executado a tiros em Praia Grande, SP

A Secretaria de Segurança Pública de SP determinou uma força-tarefa integrada das polícias Civil e Militar, visando a identificação e localização dos criminosos envolvidos no homicídio do ex-delegado-geral Ruy Fontes, que ocorreu em Praia Grande, no litoral de São Paulo. A perseguição foi registrada por câmeras de monitoramento (veja acima).

Segundo a SSP, equipes do DHPP, Deic, Garra/Dope, Cercos da capital e do Deinter 6 estão em diligências contínuas na região com apoio de batalhões da Polícia Militar, incluindo o Batalhão de Ações Especiais de Polícia (BAEP) de Santos e equipes da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (ROTA).

O caso foi registrado junto à Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Praia Grande e será investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), com apoio de demais departamentos.

Segundo a SSP, dois veículos foram apreendidos na ocorrência e imagens de câmeras de segurança são analisadas. Também foram requisitados exames ao Instituto de Criminalística (IC), que estão em elaboração. O corpo do ex-Delegado foi encaminhado para o IML Central da capital paulista e liberado para familiares.

Polícia investiga o assassinato do ex-delegado geral Ruy Ferraz Fontes

Reprodução/TV Globo

O crime

O assassinato de Ruy Ferraz Pontes, ex-delegado-geral da Polícia Civil, ocorreu momentos após ele cumprir expediente na Prefeitura de Praia Grande, no litoral de São Paulo, onde era Secretário de Administração. O local do crime fica a cerca de 650 metros do Paço Municipal, e a perseguição foi registrada por câmeras de monitoramento (veja acima).

O crime aconteceu na Avenida Dr. Roberto de Almeida Vinhas, por volta das 18h de segunda-feira (15), no bairro Nova Mirim, perto do Fórum. De acordo com a PM, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e constatou a morte de Ruy no local.

Segundo o boletim de ocorrência, a Guarda Civil Municipal (GCM) encontrou vestígios de disparo de arma de fogo próximo da Secretaria de Educação (Seduc), revelando que a perseguição já vinha acontecendo em ruas paralelas. A pasta fica entre as ruas Primeiro de Janeiro e José Borges Neto.

Após sair da prefeitura, as imagens de monitoramento mostram o carro de Ruy trafegando pela Rua Primeiro de Janeiro. Ele tenta acessar a Avenida Doutor Roberto de Almeida Vinhas, mas colide com um ônibus e o veículo capota. Em seguida, três criminosos portando fuzis desembarcam de uma caminhonete que estava logo e atiram contra Ruy.

De acordo com a PM, informações iniciais indicaram que Ruy Ferraz Fontes perdeu o controle do veículo após ser baleado, mas isso ainda será confirmado nas diligências.

A Prefeitura de Praia Grande e a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) lamentaram a morte do delegado.

Novos vídeos mostram tiros e desespero de testemunhas durante execução de ex-delegado

Dois feridos

A Prefeitura de Praia Grande informou que um homem e uma mulher que caminhavam pelo local também foram baleados e atendidos pelas equipes do Samu, encaminhados inicialmente para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Quietude.

De acordo com o município, as vítimas não correm risco de morte e foram transferidas para o Hospital Municipal Irmã Dulce, também na cidade.

Delegado Ruy Ferraz Fontes é executado a tiros no litoral de SP

Prefeitura de Praia Grande e Reprodução

Quem era Ruy Ferraz Fontes

Ruy Fontes foi delegado-geral de São Paulo entre 2019 e 2022 e atuou por mais de 40 anos na Polícia Civil. Teve papel central no combate ao crime organizado e foi pioneiro nas investigações sobre o PCC. Comandou divisões como Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), Departamento Estadual de Investigações contra Narcóticos (Denarc), além de dirigir o Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap).

Formado em Direito pela Faculdade de São Bernardo do Campo, com pós-graduação em Direito Civil, Fontes teve passagens por delegacias especializadas como o DHPP, o Denarc e o Deic.

Foi justamente no Deic, no início dos anos 2000, como chefe da 5ª Delegacia de Roubo a Bancos, que ele iniciou investigações sobre o PCC, sendo responsável por prender lideranças da facção e mapear sua estrutura criminosa.

Sua atuação foi decisiva durante os ataques de maio de 2006, quando o PCC promoveu uma série de ações violentas contra forças de segurança em São Paulo.

Entre 2019 e 2022, comandou a Delegacia Geral de Polícia do Estado de São Paulo. Nesse período, liderou a transferência de chefes do PCC de presídios paulistas para unidades federais em outros estados, medida considerada estratégica para enfraquecer o poder da facção dentro das cadeias.

Ruy Fontes participou de cursos no Brasil, na França e no Canadá, e também foi professor de Criminologia e Direito Processual Penal.

Ele estava aposentado da Polícia Civil. Em janeiro de 2023, assumiu a Secretaria de Administração de Praia Grande, cargo que ocupava até agora, quando foi assassinado.

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