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Indústria aposta em tecnologia para testes de cosméticos sem animais

Laboratórios adotam opções com alta tecnologia para poupar teste em animais

Uma nova lei sancionada pelo governo federal proíbe, em todo o território nacional, qualquer tipo de teste de cosméticos em animais. A medida marca um avanço ético e científico no setor e acompanha uma tendência mundial.

Até o início dos anos 2000, era comum que cremes, perfumes, shampoos e maquiagens fossem testados em coelhos, cães e outros animais. Os testes verificavam possíveis reações alérgicas e irritações.

Em 2013, o Fantástico mostrou o resgate de beagles e coelhos usados como cobaias em uma clínica no interior de São Paulo.

Hoje, grandes empresas brasileiras já abandonaram esses métodos. O Boticário, por exemplo, não realiza testes em animais há mais de 25 anos. Em sua fábrica em Curitiba (PR), a empresa desenvolve métodos alternativos com tecnologia de ponta, como pele humana produzida em impressoras 3D.

Essa pele artificial, semelhante à humana, permite que os pesquisadores testem a segurança e eficácia dos produtos diretamente em laboratório. Os reagentes são aplicados na pele 3D, e os resultados aparecem em computadores. A inteligência artificial ajuda a prever como os ingredientes atuam nas camadas da pele.

A Natura também deixou de usar animais em testes desde 1998. A empresa investe em tecnologias como o “corpo em um chip”, que simula a interação entre pele e órgãos humanos. O objetivo é avaliar a toxicidade sistêmica dos produtos, algo que antes era feito em animais.

China e EUA ainda testam em animais

Na União Europeia, os testes em animais são proibidos em todos os países, inclusive para produtos importados. Já na Ásia, a China ainda exige testes em bichos para alguns cosméticos, como tintas de cabelo e protetores solares. Nos Estados Unidos, não há uma lei federal, mas 12 estados já proíbem a venda de produtos testados em animais.

O Fantástico visitou um laboratório em Salem, nos Estados Unidos, onde os testes são feitos com pele humana doada por pacientes de cirurgias plásticas. As amostras são mantidas vivas em incubadoras e usadas para testar cosméticos e até vacinas. Os cientistas afirmam que os resultados são mais precisos e replicáveis do que os obtidos em animais.

Em junho, a ONG americana Beagle Freedom Project resgatou 30 cães da raça beagle que eram usados em testes fora dos Estados Unidos. Os animais, que viviam em gaiolas, pisaram na grama pela primeira vez. A cena simboliza uma mudança de paradigma: ciência sem crueldade é possível — e já é realidade.

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