Luigi Mangione, acusado de assassinar CEO da UnitedHealthcare, Brian Thompson, é escoltado por policiais no Supremo Tribunal de Manhattan, em Nova York, em 16 de setembro de 2025.
REUTERS/Mike Segar
Luigi Mangione teve duas acusações relacionadas ao assassinato do CEO da United Healthcare retiradas contra ele nesta terça-feira (16) por um tribunal em Nova York. Apesar da vitória judicial desta terça, o jovem de 27 anos ainda responderá pelo crime de homicídio de segundo grau.
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Um juiz do Tribunal Supremo do estado de Nova York rejeitou duas acusações criminais contra Mangione no âmbito estadual. A decisão emitida pelo juiz Gregory Carro, do distrito de Manhattan, foi anunciada pouco depois de Mangione ser conduzido ao tribunal algemado nas mãos e nos pés e vestindo uniforme carcerário bege.
Mangione foi indiciado em abril por assassinar a tiros Brian Thompson, à época CEO de uma das seguradoras de saúde mais importantes dos EUA, em 4 de dezembro em frente a um hotel em Midtown Manhattan, onde a empresa se reunia para uma conferência de investidores.
As acusações federais apresentadas contra ele abrem a possibilidade dele ser condenado à pena de morte. No entanto, as datas do julgamento de Mangione ainda não foram marcadas, nem para as acusações estaduais, nem para as federais.
Mangione se declarou inocente das acusações que enfrenta tanto nos âmbitos estadual quanto federal pelo assassinato de Thompson.
Embora a morte de Thompson tenha sido amplamente condenada por autoridades públicas de todo o espectro político nos EUA, Mangione se tornou um herói popular para alguns americanos que criticam os altos custos da saúde.
Um pequeno grupo de apoiadores de Mangione se reuniu na manhã desta terça em frente ao tribunal. Um deles estava vestido com uma fantasia verde do personagem Luigi, da Nintendo, e outro segurava a bandeira tricolor italiana (vermelha, branca e verde) com a inscrição “Healthcare is a human right” (Saúde é um direito humano).
Dezenas de pessoas —principalmente mulheres jovens— conseguiram assentos na parte de trás do tribunal para acompanhar a audiência. Uma delas usava uma camiseta preta com os dizeres “Free Luigi” ("Libertem Luigi" em português) em letras brancas.
Mangione está sob custódia federal no Brooklyn desde sua prisão em dezembro.
Relembre o caso
Luigi Mangione é acusado de assassinato e terrorismo
Steven Hirsch/Pool via REUTERS
Mangione foi preso na Pensilvânia em dezembro de 2024, após cinco dias de buscas das autoridades. Ele foi encontrado enquanto comia um lanche em uma rede de fast food. O acusado responde pelos crimes de assassinato e terrorismo e está detido em uma penitenciária federal de Nova York.
Em 21 de janeiro, Mangione compareceu a uma audiência judicial em Nova York. Na ocasião, a dele advogada afirmou que pediria a anulação das evidências coletadas durante a prisão, alegando que ele foi revistado ilegalmente e que o procedimento teve "sérios problemas".
A audiência foi breve e se concentrou no andamento das investigações e na entrega de evidências à defesa. Mangione foi fotografado no tribunal com as mãos e os pés algemados. Do lado de fora da corte, várias pessoas se reuniram para demonstrar apoio a ele.
Quem é Luigi Mangione?
Luigi Mangione, de 26 anos, nasceu no estado de Maryland. Segundo a imprensa norte-americana, ele foi um dos melhores alunos de sua turma e estudou em um colégio de elite de Baltimore.
Mais tarde, ingressou na Penn State University, onde cursou ciência da computação com foco em inteligência artificial. A instituição está entre as melhores universidades particulares dos Estados Unidos.
Nas redes sociais, Mangione demonstrava apreço pelo manifesto de Ted Kaczynski (1942-2023), o "Unabomber", um dos mais famosos serial killers dos EUA. Ele também criticava o uso de smartphones por crianças.
De acordo com a polícia, antes de ser preso, Mangione morava em Honolulu, no Havaí. Amigos e ex-colegas de trabalho o descreveram como "um cara legal" e disseram ter ficado chocados com o crime.
Mangione vem de uma família rica, que controla um império imobiliário e empresarial. Entre os bens dos Mangione estão country clubs, casas de repouso, estações de rádio, campos de golfe, hotéis, resorts e uma fundação.
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