Alok na Festa do Peão de Americana
Thomaz Marostegan/g1
A Justiça do Piauí suspendeu, nesta quinta-feira (7), os shows do DJ Alok e outras três atrações nos festejos de Cocal, marcados para a próxima segunda-feira (11). As apresentações foram anunciadas pela prefeitura da cidade sete meses após decretar estado de emergência e calamidade financeira.
Além de Alok, os cantores Natanzinho Lima e Hungria Hip Hop e a banda Anjos de Resgate tiveram os shows — orçados em R$ 1,8 milhão — suspensos por determinação judicial. O g1 entrou em contato com a Prefeitura de Cocal e a assessoria de imprensa dos artistas e aguarda um posicionamento deles sobre a suspensão.
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O juiz Anderson Brito da Mata, da Vara Única de Comarca de Cocal, atendeu a um pedido do Ministério Público do Piauí (MPPI), que alegou que os shows, estimados em R$ 1,8 milhão, poderiam ultrapassar R$ 3 milhões em gastos públicos.
Na decisão, o juiz citou que a prefeitura do município anunciou estado de emergência e calamidade financeira em 9 de janeiro de 2025. Dois meses depois, em março, publicou um diagnóstico das contas da gestão, elaborado pela Secretaria Municipal de Finanças.
De acordo com o relatório, quase 86% da receita mensal de Cocal é destinada a pagar despesas fixas, como pagamentos de servidores, custeio da limpeza da cidade e outros repasses constitucionais.
Essa situação, segundo a prefeitura, "pode comprometer a prestação de serviços essenciais à população e limitar a capacidade de investimentos em áreas prioritárias, como saúde e educação".
Contudo, em agosto de 2025, a Justiça apontou que o secretário de Finanças de Cocal afirmou que os serviços essenciais não seriam prejudicados devido à realização dos festejos.
"Não me parece crível concluir que, em menos de 5 meses, o município saiu da penúria financeira descrita por seu secretário de Finanças em março para uma situação de conforto econômico relatada pelo mesmo secretário em agosto", escreveu o juiz.
Determinações judiciais
Justiça suspende show de Alok e mais três atrações em cidade do Piauí
Reprodução/TJPI
Com os shows cancelados, a Prefeitura de Cocal também foi obrigada a suspender os pagamentos dos contratos com o artistas. Caso não cumpra a decisão, o prefeito Cristiano Britto (Republicanos) deverá pagar multa diária de R$ 3 milhões.
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