Médica é desencorajada a prestar queixa após tentativa de estupro, diz Sindimed

A médica, de 28 anos, que foi vítima de tentativa de estupro dentro da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Padre Almeida, em Lagarto, foi ouvida pelo Sindicato dos Médicos de Sergipe (Sindimed). O depoimento ocorreu na sede do sindicato, em Aracaju, nesta segunda-feira (22).

Segundo o presidente do Sindimed, Helton Monteiro, a médica contou que estava dentro do consultório à espera de um paciente, por volta das 12h, quando foi surpreendida. No dia seguinte, a médica foi demitida.

Ainda de acordo com o sindicato, a médica contou que a gerente da unidade teria desencorajado a prestar boletim de ocorrência. Além disso, o Sindimed disse que a gerente teria se negado a ceder partes das imagens de câmeras de segurança do local para a polícia.

O Departamento de Atendimento aos Grupos Vulneráveis de Lagarto (DAGV) está investigando o caso. A Polícia Civil informou, no sábado, que a vítima foi ouvida e que o suspeito ainda não tinha sido identificado. Já nesta segunda, a corporação disse que só vai se manifestar novamente no final do inquérito.

O que diz a prefeitura

A prefeitura de Lagarto disse que a médica não era servidora do município e prestava serviços na condição de Pessoa Jurídica (PJ), por meio de uma empresa contratada, e que a demissão não tem relação com o ocorrido e sim com uma mudança no regime de trabalho de todos os terceirizados, implantada antes do episódio.

Todos os seis médicos que atuavam exclusivamente em regime de plantão duas vezes por semana, como é o caso da médica, foram desligados do modelo de trabalho. Segundo a prefeitura, a médica já possuía outros vínculos e não pôde se adequar ao novo formato.

A gestão afirmou ainda que a Polícia Militar foi acionada e esteve no local mas que a médica optou por não registrar a ocorrência no momento do fato. Posteriormente, ela formalizou a queixa em outro município, por escolha pessoal. As imagens do suspeito já estão em poder da polícia e funcionários já prestaram depoimento às autoridades policiais.

Estetoscópio utilizado por médico

Reprodução/RBS TV