G1

Ministro de Minas e Energia se diz surpreso com operação contra mineração ilegal em MG


Ministro de Minas e Energia se diz surpreso com operação contra mineração ilegal em MG

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta segunda-feira (22) ter sido surpreendido pela operação da Polícia Federal que prendeu dois servidores federais ligados ao setor de mineração em Minas Gerais. O chefe da pasta disse respeitar o trabalho das instituições, mas destacou a importância de garantir “o contraditório e a ampla defesa”.

"Todos nós fomos surpreendidos [pela operação]. É importante destacar que acreditamos no Estado democrático de direito, nas instituições. Ambos foram afastados porque as instituições estão acima das pessoas, mas cabe à Justiça, à Polícia Federal e ao Ministério Público garantir o contraditório e a ampla defesa, entregando à sociedade as verdadeiras informações do que aconteceu", declarou Silveira, durante evento promovido pela Fiemg em Nova Lima, na Grande BH.

O ministro ressaltou que um dos presos, o diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM), Caio Mário Seabra, e o outro, o ex-diretor da Polícia Federal Rodrigo de Melo Teixeira, tinham trajetórias técnicas reconhecidas.

Segundo ele, Seabra “já estava desde 2020 na ANM e era considerado um técnico de muita qualificação”, enquanto Rodrigo Teixeira tinha “25 anos de serviços prestados com ficha altamente ilibada até então”.

Silveira afirmou ainda defender a proposta de emenda à Constituição (PEC) que busca fortalecer a autonomia da Polícia Federal, de autoria dele, para que se torne “uma polícia de Estado e possa cumprir sua função garantindo a ampla defesa e o contraditório”.

Além de comentar sobre a operação, o ministro defendeu a criação de um Conselho de Política Mineral para aperfeiçoar a gestão do setor.

Ele destacou a necessidade de fortalecer a fiscalização, ampliar o conhecimento sobre as reservas nacionais de minerais críticos - hoje restritas a cerca de 30% do subsolo - e garantir que a mineração seja conduzida de forma “séria, segura e sustentável”, especialmente por seu papel estratégico na transição energética.

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), esteve presente no mesmo evento e defendeu a mineração legal e sustentável durante o discurso. Ele não quis falar com jornalistas sobre a operação.

PERFIL: quem são os presos na operação

ESQUEMA: como operação afetou governo Zema

'TRANSFERE A PROPINA': as mensagens que revelam esquema

Ministro Alexandre Silveira, de Minas e Energia, em evento de mineração na manhã desta segunda-feira (22).

TV Globo

A operação

Na quarta-feira (17), a Polícia Federal prendeu o diretor da ANM, Caio Mário Seabra, e o ex-diretor da PF Rodrigo de Melo Teixeira, que estava cedido à Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM). A ação faz parte de uma investigação contra uma organização criminosa suspeita de fraudar licenças ambientais em troca de propina.

A operação cumpriu 22 ordens de prisão temporária e 79 mandados de busca e apreensão em Minas Gerais. A Justiça determinou ainda o bloqueio de R$ 1,5 bilhão em bens. Até agora, 15 pessoas foram presas — entre elas empresários apontados como líderes do esquema — e outras duas seguem foragidas.

Segundo a PF, o grupo atuava em mais de 40 empresas, incluindo a holding Minerar S/A, com operações em áreas ambientalmente sensíveis, inclusive em regiões tombadas. Os investigados são suspeitos de crimes como corrupção, lavagem de dinheiro, fraude documental e tráfico de influência.

SAIBA MAIS: Vídeos e documentos exclusivos revelam detalhes de esquema de mineração bilionário em Minas Gerais

Ex-mulher revela como chefe de corrupção na mineração escondia dinheiro do crime em MG

Vídeos mais assistidos do g1 MG

Baixe o nosso aplicativo

Tenha nossa rádio na palma de sua mão hoje mesmo.