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Não podemos naturalizar a barbárie

Barbarie

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Hoje venho expressar meu grito de repúdio por um crime cometido monstruosamente na praia do sul da cidade de Ilhéus, onde três mulheres, Alexsandra, Maria Helena e Mariana foram as vítimas dessa atrocidade.

Sou mulher e não poderia me calar diante de um crime que é uma ferida aberta na pele de uma sociedade machista e que infelizmente perpetua o feminicídio.

O feminicídio não é um caso isolado. Não é tragédia do destino. É resultado de uma sociedade que ainda normaliza a violência contra as mulheres, que silencia suas vozes e que tenta justificar o injustificável. Quando uma mulher é assassinada por ser mulher, todos nós falhamos como humanidade.

Não podemos naturalizar a barbárie. Não podemos aceitar que o medo faça parte da rotina de ser mulher. É inadmissível que mulheres tenham que planejar seus passos, vigiar seus relacionamentos e lutar para provar que têm direito à vida e à liberdade. Viver com medo de viver é desumano.

Eu Mônica Ralile, cidadã e mulher não posso me silenciar, hoje meu grito é de revolta, de repúdio, de dor e de resistência, por todas nós mulheres que ainda resistem, por todas que foram mortas e por todas que virão existir.

Precisamos de politicas públicas que realmente protejam as mulheres, leis que sejam cumpridas, investimento em prevenção, acolhimento digno às vítimas de violência doméstica e campanhas permanentes de conscientização. Precisamos que a educação seja um instrumento para desconstruir o machismo e promover a igualdade de gênero desde cedo.

Chega de feminicídio! Por trás de cada estatística existe uma vida arrancada, mulheres que foram silenciadas pelo machismo que mata, pelo ódio que insiste em existir.

Que nenhuma de nós seja lembrada apenas por ter sido morta!

Que a justiça seja feita!

Mônica Ralile é escritora e educadora no Centro de Referência à Inclusão Escolar em Ilhéus, onde as professoras assassinadas também atuavam.

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