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Na ONU, Lula chama conferência do clima no Brasil de 'COP da verdade' e reforça importância de presença de líderes mundiais

"A pobreza é tão inimiga da democracia quanto o extremismo", diz Lula na ONU

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou nesta terça-feira (23) na abertura do debate geral da 80ª edição da Assembleia Geral da ONU.

Na ocasião, o presidente brasileiro chamou a atenção para pauta ambiental e para a realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será sediada em Belém, no Pará, em novembro.

"Bombas e armas nucleares não vão nos proteger da crise climática. O ano de 2024 foi o mais quente já registrado. A COP30, em Belém, será a COP da verdade. Será o momento de os líderes mundiais provarem a seriedade de seu compromisso com o planeta", disse Lula.

Nesse contexto, ele reforçou o convite aos países para a conferência. "Sem ter o quadro completo das Contribuições Nacionalmente Determinadas (as NDCs), caminharemos de olhos vendados para o abismo".

Lula voltou a citar que o Brasil reduziu o desmatamento ilegal na Amazônia e que, erradicar a prática, deve levar em conta a busca por meio para "garantir condições dignas de vida" para os milhões de habitantes da região.

O presidente divulgou o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que será lançado pelo Brasil durante a COP30 para angariar doações de países e entidades privadas a fim de financiar ações de preservação ambiental.

"Fomentar o desenvolvimento sustentável é o objetivo do Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que o Brasil pretende lançar para remunerar os países que mantêm suas florestas em pé. É chegado o momento de passar da fase de negociação para a etapa de implementação", afirmou.

Sede da COP30

O Brasil sediará a 30ª Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP30) este ano. A escolha de Belém para receber o evento tem como objetivo apresentar ao mundo a realidade dos territórios amazônicos.

"Nações em desenvolvimento enfrentam a mudança do clima ao mesmo tempo em que lutam contra outros desafios. Enquanto isso, países ricos usufruem de padrão de vida obtido às custas de duzentos anos de emissões", frisou o petista, em mais um chamado às nações desenvolvidas para cumprirem seu papel.

"Exigir maior ambição e maior acesso a recursos e tecnologias não é uma questão de caridade, mas de Justiça", pontuou.

Lula é o primeiro a discursar na Assembleia Geral da ONU nesta terça (23)

Primeira viagem aos EUA após posse de Trump

Lula chegou no domingo a Nova York, onde fica a sede da ONU. Essa é a primeira viagem aos Estados Unidos desde a posse de Donald Trump, em janeiro. Pela ordem da assembleia, o presidente americano é o segundo a discursar, logo depois de Lula.

O discurso desta terça foi feito em meio à maior crise diplomática com os EUA nas últimas décadas, motivada pela imposição de tarifa de 50% a produtos brasileiros como retaliação de Trump pelos processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Na véspera, o governo Trump impôs novas sanções a cidadãos brasileiros, as primeiras após a condenação de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado.

O governo americano revogou o visto do advogado-geral da União, Jorge Messias, e aplicou a sanção financeira da lei Magnitsky a Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro do STF Alexandre de Moraes.

Com a sanção, todos os eventuais bens de Viviane nos EUA estão bloqueados, assim como qualquer empresa que esteja ligada a ela. O governo americano já havia feito o mesmo com Alexandre de Moraes em julho.

- Esta reportagem está em atualização

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