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PF abre inquéritos para investigar origem de mais de 140 kg de ouro apreendidos em dois estados na Amazônia Legal


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A Polícia Federal instaurou nesta quinta-feira (7) inquéritos policiais para apurar a origem de mais de 143 kg de ouro apreendidos pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Roraima e no Pará, dois estados da Amazônia Legal, em menos de 48 horas.

O material apreendido foi encaminhado para perícia no Instituto Nacional de Criminalística da PF, em Brasília para confirmar a natureza da substância e buscar indícios sobre a origem.

A primeira apreensão, a maior da história, foi na rodovia BR-401, em Boa Vista (RR) , na segunda-feira (4). Os policiais rodoviários federais encontraram 103 kg de ouro transportados em uma caminhonete. Na ação, o empresário Bruno Mendes de Jesus, de 30 anos, foi preso.

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Já a segunda maior apreensão foi na quarta-feira (6) em Altamira , sudoeste do Pará. Cerca de 40 kg de ouro em barras, avaliados em R$ 20 milhões, eram transportados em um carro de luxo pela BR-230, a Transamazônica. O motorista foi detido e encaminhado à PRF junto com o material apreendido.

"A Polícia Federal prossegue com as investigações para identificar a origem do ouro, as rotas utilizadas para o transporte e as organizações criminosas envolvidas na exploração e comercialização ilícita do minério", detalhou.

As duas operações são consideradas maiores apreensões de ouro da história da corporação pela PRF. O ouro, divido em tabletes, é avaliado em mais R$ 80 milhões.

De acordo com a PRF, a apreensão dos 103 kg de ouro ultrapassou todo o volume de ouro apreendido pela corporação nos últimos dois anos no Brasil. A apreensão é quase o dobro da soma do total registrado nos anos de 2024 e 2023.

Os dados são do Setor de Estatística Operacional da PRF. Veja os números:

2023 foram apreendidos apenas 23,1 kg de ouro no país.

Em 2024, o total foi de 48,1 kg.

Ou seja, os 103 kg apreendidos em Roraima são quase o dobro da soma dos dois anos anteriores, que juntos totalizaram 71,2 kg

Apreensões históricas

Bruno Mendes dirigia uma Hilux ano 2024, quando foi parado pela PRF na altura da ponte dos Macuxis, na BR-401, por volta de meio-dia. No veículo também estavam a esposa e o filho do casal, um bebê de 9 meses.

Agentes suspeitaram de inconsistências na documentação apresentada por Bruno e decidiram fazer uma busca mais detalhada. Foi então que localizaram as barras de ouro escondidas parte no painel e em outros compartimentos do carro. Ele trabalha com construção civil e "grandes obras", segundo a PRF.

Levado à Polícia Federal, Bruno ficou calado. Natural de Rondônia, ele tem uma empresa varejista de artigos de vestuário e acessórios.

Quando foi abordado pela PRF, disse ser fiscal de obras e afirmou que havia saído de Manaus para verificar uma construção, mas não soube informar o nome ou o endereço da obra que seria fiscalizada. Ao chegar à PF, não disse mais nada. Ele foi acompanhado por dois advogados desde o momento da abordagem até o procedimento na polícia

A defesa de Bruno informou em nota que ele é um "trabalhador que, como milhares de brasileiros, atua em atividades relacionadas ao setor mineral, que embora possam se desenvolver em áreas de tensão regulatória, são, para muitos, meio de subsistência e única alternativa de sobrevivência".

Ele teve prisão preventiva decretada e foi levado à Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc). O caso tramita na 4ª Vara Federal Criminal em Roraima.

Já no Pará, as barras de ouro foram apreendidas em um Mitsubishi Eclipse, com quatro ocupantes, sendo dois adultos, um adolescente e uma criança, de acordo com a PRF. Os adultos foram encaminhados para a Polícia Federal e o adolescente, e as crianças, para as autoridades competentes.

Os dois estados onde ocorreram as apreensões fazem parte da Amazônia Legal e sofrem com a degradação do garimpo ilegal, especialmente em territórios indígenas.

Apreensão de barras de ouro soma 104 kg em Boa Vista

Caíque Rodrigues/g1 RR

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