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Prefeito Léo Cunha tem bens apreendidos em operação contra desvios de recursos da educação no MA


Prefeito de Estreito, Léo Cunha, foi alvo de operação da PF sobre desvios de recursos do Fundeb

Arquivo pessoal

O prefeito de Estreito, Léo Cunha (PL), foi alvo de uma operação da Polícia Federal, nesta quinta-feira (21) e teve bens apreendidos. Procurado pelo g1, o prefeito ainda não se pronunciou.

Policiais estiveram na Prefeitura de Estreito, na Região Sul do Maranhão, e também na residência de Léo Cunha. No local, foi apreendido dinheiro e também um celular.

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A ação faz parte da 'Operação Lei do Retorno', que busca combater uma organização criminosa responsável por desviar cerca de R$ 50 milhões em recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB), entre os anos de 2021 e 2025, por meio de procedimentos fraudulentos em licitações municipais.

Dentre os principais alvos, estão a deputada Daniella (PSB) e o namorado Fábio Gentil, que é ex-prefeito de Caxias (MA) e atual secretário de Agricultura e Pecuária do Maranhão. Nas residências do casal, a PF apreendeu diversos bens, incluindo um cheque de R$ 350 mil, na última terça-feira (19).

PF deflagra operação contra desvio de recursos da educação

Ao todo, são 94 mandados de busca e apreensão contra empresas, servidores públicos e políticos, com cumprimento em Estreito, Imperatriz, Santa Inês, Pindaré-Mirim, Itapecuru-Mirim, São José do Ribamar e Timon, no Maranhão, e em Fortaleza, no Ceará.

Até esta quinta (21), a PF contabilizou mais de R$ 2.5 milhões em apreensões de valores em dinheiro, cheques e veículos.

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PF esteve em endereços ligados a suspeitos de desvios de recursos do Fundeb no Maranhão

Divulgação/Polícia Federal

Investigações

A Operação Lei do Retorno, que investiga os desvios de recursos públicos para a educação entre os anos de 2021 e 2025, através de procedimentos fraudulentos em licitações municipais.

Segundo a PF, parte dos valores contratados com recursos do FUNDEB eram desviados para os servidores públicos envolvidos nas fraudes, por meio da manipulação de licitações. Dentre os crimes apurados, há formação de quadrilha, corrupção ativa, peculato, fraudes em licitações e lavagem de dinheiro. Somadas, as penas podem chegar até 52 anos de prisão.

Além de Daniella e Fábio Gentil, foram alvos da operação a:

Prefeita de Buriti Bravo, Luciana Borges Leocádio (MDB)

Secretário de Administração de Caxias, Othon Luiz Machado

Ex-secretária de Educação de Caxias, Ana Célia Pereira

Ex-secretário de Finanças de Caxias, José de Macedo Simão

O que dizem as defesas dos investigados

Além de dinheiro, os agentes também apreenderam carros, joias e mais de R$ 50 mil em espécie em endereços ligados a Daniella e Fábio Gentil. Policiais também estiveram em endereços de familiares do casal, incluindo da deputada federal Amanda Gentil, filha de Fábio Gentil.

Em nota, a assessoria de Daniella afirmou que não há indício de irregularidade na atuação da deputada e que confia no trabalho da justiça.

"A deputada estadual Daniella confirma que a Polícia Federal realizou operação em seu gabinete na Assembleia Legislativa. Reforça que não há qualquer indício de irregularidade em sua atuação parlamentar e que confia plenamente no trabalho das instituições. A parlamentar e sua equipe jurídica acompanham o caso de perto e estão inteiramente à disposição para eventuais esclarecimentos. A deputada Daniella segue com a consciência tranquila e reafirma seu compromisso com a legalidade, a transparência e o respeito ao interesse público", diz a nota.

Em nota, o secretário ressaltou que não há fatos que afetem sua conduta e está a disposição para prestar os devidos esclarecimentos.

"Fábio Gentil, informa que sua residência recebeu uma diligência conduzida pela Polícia Federal. Ressalta que não há qualquer fato que desabone sua conduta e reafirma sua confiança no trabalho das autoridades competentes. Reitera que sua prestação de contas, referente ao período em que esteve à frente da Prefeitura de Caxias, entre os anos de 2021 e 2024, foi integralmente aprovada pelo Tribunal de Contas do Estado, sem qualquer indício de irregularidade ou má aplicação de recursos públicos. A assessoria jurídica acompanha todos os desdobramentos e se coloca à disposição para prestar os devidos esclarecimentos. Com tranquilidade, o líder político reforça sua postura ética e seu compromisso com a legalidade, a transparência e a defesa do interesse público", diz a nota.

O governo do Maranhão afirmou apenas que a operação não diz respeito à atuação de Fábio na gestão da Sagrima, mas referente ao período em que era prefeito de Caxias.

A Prefeitura de Buriti Bravo se posicionou sobre a operação envolvendo a prefeita Luciana Leocádio e afirmou que não há indícios de irregularidades na gestão municipal.

O g1 não conseguiu contato com as defesas de Othon Luiz, Ana Célia e José de Macedo

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