Projeto ambiental foi realizado por estudantes em Álvares Machado (SP)

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Uma escola, 25 alunos e um sonho: criar um projeto que fizesse a diferença no meio ambiente e na forma com que as pessoas enxergassem os restos de alimentos.

Em Álvares Machado (SP), os estudantes do 6º ao 9º ano da Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental (EMEIF) Vereador José Molina, estão cada vez mais perto de viver esse objetivo, e nos dias 19 e 20 de agosto, a iniciativa idealizada por eles representará a região de Presidente Prudente na Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente, em São Paulo (SP).

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O evento ocorrerá em um hotel particular da capital, no bairro da Consolação.

O projeto, que une ciência e educação ambiental, nasceu da investigação sobre a poluição do Rio Santo Anastácio e do Córrego do Limoeiro durante as aulas, e agora, disputará com outras 124 inscrições a colocação na fase estadual para prosseguir à nacional.

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Conforme o professor e biólogo que acompanha os estudantes no distrito de Coronel Goulart, André Gonçalves Vieira, os mirins transformaram os restos dos alimentos em adubo e criaram uma horta orgânica, que já inspira a comunidade local.

“O projeto de composteira e horta orgânica na escola transformam resíduos da merenda em adubo natural, reduzindo o lixo e promovendo sustentabilidade. A horta, cultivada sem agrotóxicos, envolve alunos e comunidade em práticas de educação ambiental, alimentação saudável e cuidado com o meio ambiente, fortalecendo o protagonismo estudantil e o trabalho em equipe”, contou em entrevista ao g1.

O biólogo desenvolveu o projeto com o auxílio dos estudantes (que participaram desde o processo da compostagem, plantio e trato cultural), onde foi possível tirar as ideias do papel e colocá-las em prática, ou melhor, na terra, com muito adubo e cuidado.

“A ideia surgiu após discussão dos alunos sobre eventual poluição dos corpos hídricos do Rio Santo Anastácio e Córrego do Limoeiro, que estão próximos ao Distrito de Coronel Goulart onde está a escola. A ideia foi levar os alunos para analisar a qualidade dos dois corpos hídricos com o material de campo de análise de água, onde os alunos observaram a concentração de fósforo, nitrito, nitrato e condutividade acima dos parâmetros para os corpos hídricos” explicou o biólogo.

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“Aí iniciou-se as discussões do porquê desse alto índice nos parâmetros analisados. Chegou num ponto que eram os fertilizantes e os agrotóxicos usados nas lavouras, as pastagens com fezes de gado e os descartes de efluentes de indústrias e domésticos ", pontuou ao g1.

“Dessa forma, foi apontada a horta orgânica como fonte de redução dessa contaminação. Assim surge o projeto, de usar as sobras de alimentos (como frutas e legumes) para a composteira tradicional, que são armazenados em um buraco no chão, e recebe camadas de terras”, disse Vieira.

Além disso, o biólogo contou ao g1 que também há a composteira por método de lages, em que o material orgânico já é colocado direto no canteiro de hortaliças e leguminosas.

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Menos lixo, mais sorrisos 😀

De acordo com André, o projeto é eficaz e importante para o meio ambiente, pois auxilia na redução da quantidade de lixo orgânico enviado para os aterros, transformando-os em adubo natural por meio da compostagem.

“Isso [o projeto] diminui a emissão de gases poluentes, preserva o solo e a água, e evita o uso de agrotóxicos e fertilizantes químicos na horta. Além disso, promove a biodiversidade, incentiva práticas sustentáveis e forma cidadãos mais conscientes sobre a importância da preservação ambiental”, detalhou o biólogo.

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Representando a comissão dos alunos no projeto, a aluna Yasmin Novaes Bezerra, de 13 anos e moradora de Álvares Machado, também viajará para São Paulo, e apresentará aos demais participantes o material desenvolvido por ela e pelos colegas.

“Estou muito ansiosa, porque é algo que valoriza o aluno, mostra que somos capazes de opinar em questões importantes. A ideia partiu dos alunos do Grêmio Estudantil e da Câmara Mirim, e o professor André ficaria responsável em orientar os alunos para fazer os cuidados da composteira e da horta”, pontuou Yasmin ao g1.

Para a aluna Maria Vitória Rocha Moitinho da Motta, de 14 anos e que também participou da ação na escola, a parte que mais gostou do projeto foi quando fizeram a coleta da água e colocaram os cloridratos para verificar a situação do líquido.

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“Foi um momento incrível, super bacana de participar. Fiquei muito feliz que já conseguimos ir para São Paulo e apresentar nosso projeto, espero que seja um sucesso”, disse Maria.

A mãe de Maria, Isabel Rocha Moitinho da Motta, de 46 anos, também foi entrevistada pelo g1 e, ao ser questionada sobre a importância do projeto no desenvolvimento dos alunos e da própria filha, contou que a conscientização que é passada para os estudantes também chega em todos os familiares.

“Acho o projeto importante principalmente para a conscientização dos alunos e familiares sobre os cuidados com o meio ambiente que é vida , é a natureza que nós temos de presente, então cabe a nós cuidarmos dela”, salientou Isabel.

“Houve mudança [no comportamento da Maria após o projeto]. Ela desenvolveu mais cuidado com a natureza no nosso dia a dia e situações em que vivemos”, declarou ao g1.

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Metas traçadas 🎯

Ao ser questionado sobre a competição estadual, o biólogo compartilhou que a fase contou com a participação de 1083 projetos, entre rede estadual e municipal, em que foram selecionados 125 projetos de todo o estado de São Paulo.

Além disso, Vieira disse que a conferência está na VI edição e, dos projetos participantes, os 25 melhores irão para a fase nacional em Brasília (DF). Na Delegacia de Ensino Regional de Presidente Prudente, a EMEIF Vereador José Molina foi a única escola selecionada.

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“A expectativa [para o evento] é enorme, principalmente pelo networking (rede de contatos) que podemos fazer para troca de experiências. O projeto é muito bom e o sentimento é de muito orgulho, principalmente quando o aluno é o protagonista onde ele é responsável por suas ações”, destacou Vieira.

Sobre a possibilidade da seleção do projeto na conferência, o orientador afirmou que as chances são grandes.

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“Apesar de haver 124 projetos ótimos, estamos confiantes devido ser um projeto simples e de alta significância socioambiental e segurança alimentar. O mais importante é o protagonismo estudantil através da Câmara Mirim e Grêmio estudantil da escola, que foi primordial para a seleção do projeto”, destacou.

“Os idealizadores do projeto foram os alunos, os verdadeiros protagonistas”, finalizou Vieira ao g1.

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Para as alunas Yasmin e Maria Vitória, mesmo que o projeto não passe para a próxima fase, a participação na Conferência já é a maior conquista que poderiam ter.

“O fato de representar toda região de Presidente Prudente já é um prêmio, pois ainda não sabemos de edições passadas se alguma outra escola representou a nossa região”, compartilhou Yasmin.

“Ficaremos um pouco tristes, mas foi algo que serviu como um aprendizado para as nossas vidas. Temos que pensar que, só do nosso projeto ter ido para São Paulo já é uma conquista e sabemos que vamos ter outras oportunidades. Vai ser algo que vai ficar para vida”, concluiu Maria Vitória ao g1.

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