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Série Ouro: Império Serrano homenageia Beto Sem Braço, autor de sambas icônicos

Escola de Madureira aposta na força da comunidade e na celebração do samba para levar superação à Sapucaí. Série Ouro: Império Serrano homenageia Beto Sem Braço; e supera incêndio que destruiu fantasias

O Império Serrano levará à Sapucaí, no Carnaval 2025, o enredo “O que espanta a miséria é festa”, uma homenagem ao compositor e baluarte da escola Laudeni Casemiro, o Beto Sem Braço.

O desfile da escola de Madureira, que integra a Série Ouro, ganha um significado ainda mais forte após a perda de 97% de suas fantasias em um incêndio na Maximus Confecções, fábrica localizada em Ramos, na Zona Norte do Rio.

Beto Sem Braço é um dos grandes nomes da história do Império Serrano. Autor de sambas icônicos e vencedor de três Estandartes de Ouro, ele ajudou a consolidar a identidade da escola no carnaval carioca.

Para sua filha, Priscila Casemiro, a homenagem é a realização de um sonho “É uma felicidade imensa, um sonho de 30 anos realizado. É um amor muito recíproco do Império Serrano com meu pai. A escola consagrou meu pai como compositor de samba-enredo.”

O carnavalesco Renato Esteves reforça que a escola levará a própria essência do enredo para a avenida “Nós vamos representar o próprio enredo. O que espanta a miséria é festa. Então vamos pegar a garra do imperiano, somar nossas alegorias e fazer um desfile lindo na Sapucaí.”

Diante do impacto do incêndio, a Liga RJ confirmou que nenhuma das agremiações atingidas pelo ocorrido será rebaixada no Carnaval 2025. Mesmo com as dificuldades, o Império Serrano segue firme para entregar um desfile emocionante e celebrar a cultura do samba na avenida.

Confira o samba-enredo

Iaiá, pintou uma Lua lá no terreiro

Para o velho partideiro versar

Um papo que cabe na escala de fá

Ai ai ai ai auê ai ai ai ai auê

Quem faz a xepa, não dispensa o que comer

Ai ai ai ai auê ai ai ai ai auê

Paticumbum, bota a miséria pra correr

Ah! Meu bom juiz

Quem me dera se houvesse um decreto

Pra levar em cana o infeliz

Que promete e não traz, água, luz e concreto

Conhece, mas desconhece o dia a dia

De quem rompe a alvorada pra aturar a burguesia

Conhece, mas desconhece o dia a dia

De quem rompe a alvorada no afã da boemia

Quem me guia é Santo Antônio de Categeró

Quem me guia é Santo Antônio de Categeró

Vem mãe baiana benzer

Pra desatar todo nó

Ver teu filho vencer com um braço só

Num mundo musical e suburbano

Passei pela Rua Uranos, versei na tamarineira

Foi quando um sentimento mais sincero

Vindo da Edgard Romero

Me levou pra Madureira

Aquele sorriso meu e o abraço teu

O verde e branco afeto

Prazer, poesia mora aqui

Batizada Laudeni

Codinome Beto

Avante imperiano!

Mostrando a patente do teu pavilhão

Do samba sou expoente

Pouca coisa não vai me jogar no chão

Êêê diz aê! Êêá

Pra pisar no Império Serrano

Tem que ser malandro

E saber respeitar

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