Em um post em rede social, chamou atenção o uso da palavra 'nós' pelo presidente dos Estados Unidos, que sugere um envolvimento americano no conflito, ao lado de Israel. Donald Trump exige rendição incondicional do Irã e ameaça o líder supremo do país
O presidente dos Estados Unidos subiu o tom das ameaças contra o Irã e exigiu uma rendição incondicional do aiatolá Ali Khamenei.
Donald Trump deixou a cúpula do G7, no Canadá, na noite de segunda-feira (16), um dia antes do previsto. O motivo: a crise no Oriente Médio. O presidente da França, Emmanuel Macron, disse que Trump estava indo embora para negociar um cessar-fogo.
A bordo do Air Force One, durante a viagem de volta para Washington, Trump afirmou que estava buscando mais do que um cessar-fogo entre Israel e Irã e que queria “um fim verdadeiro” para o conflito. Trump repetiu que o Irã não pode ter armas nucleares e disse que o país estava muito próximo disso.
Já de volta à capital americana Trump fez postagens nas redes sociais antes de se reunir com os principais conselheiros de segurança na Casa Branca. Ele disse:
“Nós agora temos controle total e completo dos céus do Irã”.
Chamou atenção o uso da palavra “nós”, que sugere um envolvimento americano no conflito, ao lado de Israel. Uma mudança da posição que Trump vinha adotando até agora. Logo depois, Trump publicou:
“Sabemos exatamente onde o chamado ‘líder supremo’ está se escondendo. O aiatolá Ali Khamenei é um alvo fácil, mas está seguro. Não vamos eliminá-lo, matá-lo. Pelo menos por enquanto. Mas não queremos mísseis disparados contra civis ou soldados americanos. Nossa paciência está se esgotando”.
Em seguida, escreveu em letras maiúsculas:
“Rendição incondicional”.
Os Estados Unidos são o único país com uma bomba potente o suficiente para destruir uma das principais usinas do programa nuclear iraniano, que fica embaixo de uma montanha. O Departamento de Defesa americano anunciou o envio de mais caças e de um novo porta-aviões para o Oriente Médio. O Pentágono afirma se tratar de uma movimentação defensiva.
Ao mesmo tempo em que o tom de Trump endureceu contra o regime iraniano, o governo americano tenta tranquilizar apoiadores e parlamentares do Partido Republicano que se dizem contrários a uma intervenção militar direta dos Estados Unidos no conflito entre Israel e Irã. O vice-presidente J.D. Vance escreveu um longo texto em uma rede social em defesa de Trump:
“O presidente demonstrou notável contenção ao manter o foco de nossas Forças Armadas na proteção de nossas tropas e de nossos cidadãos. Ele pode decidir que precisa tomar medidas adicionais para pôr fim ao enriquecimento de urânio iraniano. Essa decisão, em última análise, cabe ao presidente”.
Nas duas campanhas à presidência, Trump sempre prometeu aos eleitores que manteria os americanos fora do que chamava de “guerras sem fim” em outros países.
Trump sobe tom das ameaças contra Irã e exige rendição incondicional
Reprodução/TV Globo
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