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UFU desenvolve teste rápido de Covid com saliva e IA e resultado pelo celular


De acordo com os cientistas da Universidade Federal de Uberlândia, o método tem 90% de precisão e poderá ser usado para o diagnóstico de outras doenças. UFU desenvolve teste rápido de COVID-19 com saliva e IA que pode ser feito pelo celular

Pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) desenvolveram um novo método para diagnóstico rápido da Covid-19 que usa Inteligência Artificial (IA) e a saliva do paciente. Segundo o professor Robinson Sabino-Silva do Instituto de Ciências Biomédicas da UFU, o método tem 90% de precisão e a expectativa é de que no futuro seja usado para diagnosticar outras doenças.

Além disso, a ideia é que o dispositivo permita que os pacientes realizem o teste de qualquer lugar a partir de tablets ou smartphones.

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O procedimento

Resultado do teste pode ser acompanhado por smartphones

Reprodução/Arquivo pessoal

De acordo com Robinson, o método desenvolvido usa biosensores eletroquímicos para detectar a Covid. Eles são aparelhos que conseguem detectar doenças no corpo pela análise de fluídos corporais, como saliva, sangue ou urina, transformando as reações químicas em sinais elétricos.

O mesmo princípio é aplicado nos testes de glicemia, em que a glicose, ao reagir com um sensor, gera uma corrente elétrica de acordo com a concentração no sangue.

No caso da detecção da Covid-19, no método desenvolvido, o processo segue os seguintes passos:

A saliva do paciente é coletada e analisada durante 1 minuto;

A análise é feita em um eletrodo com peptídeos bioinspirados com uma IA desenvolvida na UFU (eletrodo é uma fita semelhante às usadas em exames de glicemia, enquanto que os peptídeos são moléculas derivadas de proteínas, que imitam processos biológicos);

A saliva presente no eletrodo é levada ao biosensor eletroquímico portátil;

As reações químicas que ocorrem na fita são transformadas em sinais elétricos pelo biosensor, que tem uma outra IA integrada e interpreta os sinais, permitem a detecção da doença, podendo enviar o resultado ao smartphone do paciente.

“Um dos grandes diferenciais do estudo foi usar dois tipos novos de inteligência artificial. O primeiro é o SAGAPEP, um programa criado na UFU e registrado oficialmente, que usa bioinformática e IA para escolher peptídeos que se ligam melhor ao vírus SARS-CoV-2. Isso ajudou a criar moléculas sintéticas mais eficientes para detectar o vírus”, afirmou Robinson.

Além disso, ao usar algoritmos de IA para analisar os sinais elétricos dos biossensores, o professor explica que a análise melhorou a precisão dos testes de Covid-19.

“O diagnóstico fica mais rápido, acessível e possível até em regiões com pouca estrutura de saúde. No futuro, essa abordagem poderá ser aplicada não apenas a doenças infecciosas, como a Covid, mas também a detecção de doenças orais e sistêmicas. A equipe da UFU segue empenhada no aprimoramento dessa tecnologia, buscando avanços para tornar os diagnósticos cada vez mais acessíveis e eficientes para a população.”

Robinson Sabino-Silva e seu aluno Marcelo Augusto Garcia-Junior

Reprodução/Arquivo Pessoal

A pesquisa, conduzida pelo Grupo de Inovação em Diagnóstico Salivar e Nanobiotecnologia da UFU (SalivaNano-UFU), sob a coordenação de Robinson Sabino-Silva, teve a colaboração de pesquisadores de diversas áreas. Participaram do estudo Ana Carolina Jardim, do Laboratório de Pesquisa em Antivirais (Lapav/UFU), Rodrigo Alejandro Abarza Muñoz, do Núcleo de Pesquisa em Eletroanalítica (Nupe-UFU) e Thulio Marquez Cunha (Faculdade de Medicina - UFU).

O estudo recebeu apoio de instituições como Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).

Ainda, integra as redes científicas como o INCT em Saúde Oral e Odontologia, o INCT em Teranóstica e Nanobiotecnologia (INCT-TeraNano), a Rede Mineira de Diagnóstico de Doenças Infecciosas (ReMinD) e a Rede Mineira de Saúde Oral e Odontologia.

Faz 5 anos do primeiro caso de Covid-19 em Uberlândia

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Covid em 2025

De acordo com os dados monitorados pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), o Estado teve 13885 casos confirmados e 105 mortes por covid-19 só em 2025. A maior incidência dos casos está em pessoas de 30 e 39 anos.

Já em Uberlândia, em 2025, são 239 casos confirmados de covid-19 e 7 mortes confirmadas.

A maior incidência da doença está em mulheres de 40 até 49 anos, o que representa 61,09% dos casos.

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