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Urutaus acasalando, uirapuru, pato-mergulhão e muito mais: veja acervo de observador de aves de Florianópolis


Olavo Queiroz é servidor público e mantém atividade como hobby; fotos e vídeos são compartilhados em perfil nas redes sociais. Olavo fez o registro do raro uirapuru, na Amazônia

Olavo Queiroz

“Não importa onde você for, dá para observar aves e se encantar com as particularidades de cada uma. É um exercício de contemplação e uma interação maravilhosa com a natureza”.

É assim que o servidor público Olavo Queiroz, de Florianópolis, descreve a atividade da observação de aves. Quando jovem, o então menino percorria as matas da ilha curioso atrás de espécies que, infelizmente, muitas vezes só conhecia nas gaiolas.

Esse pato-mergulhão, espécie ameaçada de extinção, foi fotografado na Serra da Canastra

Olavo Queiroz

Com o passar dos anos, a vontade de começar a registrar os animais só aumentava e foi em 2009 que o primeiro equipamento compacto foi comprado. “Nessa época me dediquei a fotografar mais aqui onde eu moro, no bairro Ratones, que é considerado o coração da ilha. Uma área bem preservada, com diferentes vegetações e que acaba recebendo muitas aves”, relembra Queiroz.

Foi no muro da própria casa que o observador flagrou um momento raro: o acasalamento de urutaus (Nyctibius griséus). Durante semanas, no final de 2023, uma fêmea frequentava o muro de Olavo e passava horas vocalizando. “Certo dia, peguei a minha câmera, porque queria gravar ela cantando e, assim que dei o play, fui surpreendido pelo macho que pousou e começou a copular. Foi tudo muito rápido, nem eu acreditei”, relembra.

Observador de aves flagra acasalamento de urutaus em Florianópolis, SC

De acordo com o ornitólogo Luciano Lima, documentar a cópula da espécie é um feito de muita sorte. Depois que a fêmea bota um único ovo, geralmente em cavidades das árvores ou em galhos, o macho e a fêmea trocam de turno durante a incubação e depois se revezam para alimentar o filhote.

O Terra da Gente pode gravar e registrar durante três meses, em 2018, esse processo em uma chácara na cidade de Cosmópolis, São Paulo. Olavo não acompanhou a família depois da reprodução, porque não encontrou mais as aves depois do dia que fez o vídeo.

O observador viajou até a Bahia para fotografar a saíra-pérola

Olavo Queiroz

Anos depois, o equipamento se profissionalizou e Olavo segue desbravando não só Floripa como também diversos outros estados brasileiros atrás da avifauna. No total, já são 974 espécies fotografadas.

“Todas são especiais, mas algumas, pela dificuldade e raridade, ganham destaque como o uirapuru e o rabo-de-aranha, na Amazônia, o pato-mergulhão e o galito, na Serra da Canastra, a saíra-pérola, na Bahia, e até o tiê-sangue aqui no meu bairro, porque não era uma ave vista”, explica.

O galito é considerado uma espécie ameaçada de extinção

Olavo Queiroz

Outro registro legal foi o da ave bichoita. Por conta de um ciclone bomba, em 2020, a ave chegou a Florianópolis e Olavo conseguiu fotografar a espécie junto com outro amigo.

Bichoita foi fotografado em Florianópolis

Olavo Queiroz

As fotos e vídeos são publicados na rede social de Olavo, que agora sonha em encontrar a harpia, a maior ave de rapina do Brasil. Enquanto isso, o servidor público segue dedicando às horas vagas a observação de aves, e atualmente, faz um levantamento das espécies que visitam a região onde mora.

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