Mulheres relatam agressões em disputa por espaço em pistas do Ibirapuera.
O Parque do Ibirapuera, um dos principais espaços de lazer e prática esportiva de São Paulo, tem registrado nas últimas semanas episódios de agressão contra mulheres. Frequentadoras relatam que são empurradas, hostilizadas e até agredidas em disputas por espaço nas pistas de corrida.
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Nessa matéria, o g1 mostra o que se sabe e o que ainda falta ser esclarecido.
O que aconteceu?
Como denunciar?
Agressores foram identificados?
Polícia investiga os casos?
O que diz a administração do parque?
O que aconteceu?
Nas últimas semanas, mulheres têm denunciado nas redes sociais episódios de agressão dentro do Parque Ibirapuera, o maior e mais importante da cidade de São Paulo. Os casos acontecem, principalmente, na pista de corrida do parque.
À TV Globo, a publicitária Michelly Felipe, por exemplo, contou que já foi alvo de violência durante sua prática de corrida.
“Eu já fui empurrada. Além de constrangedor, é uma violência contra a gente. Eu tinha a ilusão de que o parque seria um ambiente mais tranquilo para a prática esportiva”, afirmou.
A advogada Monique Sandy, que corre cinco quilômetros todos os dias no Parque Ibirapuera, relatou que já presenciou uma agressão contra uma mulher.
“Fico chateada porque quase sempre são as mulheres que estão envolvidas", afirma.
Como denunciar?
Caso presencie qualquer atitude suspeita ou seja vítima de violência e assédio, procure imediatamente a Guarda Civil Metropolitana, responsável pela segurança do parque, para registrar a ocorrência. Há postos da GCM espalhados pelo parque.
Em caso de agressões físicas ou ameaças, é possível registrar um boletim de ocorrência em qualquer delegacia da cidade ou pela delegacia eletrônica. O registro é fundamental para a polícia poder investigar os casos.
A denúncia também pode ser feita no canal Alô Urbia, da concessionária que administra o parque, disponível no site da empresa.
Frequentadores no Parque do Ibirapuera, na zona sul de São Paulo.
RENATO S. CERQUEIRA/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Agressores foram identificados?
Até a última atualização da reportagem, os agressores não foram identificados. Em geral, após a agressão, as vítimas interrompem a atividade, enquanto os agressores continuam correndo, o que dificulta a identificação.
Registrar um boletim de ocorrência é fundamental para que a polícia possa dar início às investigações.
Polícia investiga os casos?
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que não localizou nenhum boletim de ocorrência sobre as agressões relatadas no parque. Porém, a pasta disse que reforçou a segurança no entorno do parque.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana também afirmou que não recebeu denúncias sobre o assunto.
O que diz a administração do parque?
A Urbia, responsável pela administração do Parque Ibirapuera, se manifestou nas redes sociais após receber denúncias de agressões contra mulheres.
“Recentemente, fatos inaceitáveis foram registrados dentro do Parque. Casos de violência contra mulheres que revelam, mais uma vez, o desrespeito que ainda persiste em nossa sociedade. O Parque Ibirapuera é um espaço público e plural, e deve ser seguro para todas as pessoas, principalmente para as mulheres”, publicou.
A empresa também informou que instalou postos fixos de vigilância em locais estratégicos do parque, com apoio de rondas feitas com bicicletas, motos e carros, além de 248 câmeras instaladas para monitoramento 24 horas por dia.
"A violência não pode ser silenciada. Denunciar é um ato de coragem e é o primeiro passo para romper o ciclo de agressão", escreveu.
Urbia se manifestou nas redes sociais.
Reprodução/TV Globo